domingo, 10 de fevereiro de 2013

Guerra Bioelétrica - Ondas Cerebrais


 

Questiona-se por que podemos, com o uso de alta tecnologia, perceber e impor falas ao nosso pensamento? Imagens e vozes, alucinações artificiais podem ser produzidas e impostas aos nossos cérebros de tal sorte que não podemos controlar? Haveria uma forma de controle de nossas mentes pelas máquinas e das máquinas por nossos cérebros? Como a partir da física as palavras e a informação são percebidas e contribuem para a guerra bioelétrica?

Como se não bastasse o significante ser uma ‘imagem-acústica’, porque ao lado da palavra há o som e a imagem correspondente (Saussure, 2006), o próprio pensamento é percebido como um ‘pensamento-som’ (Derrida, 2004): a língua tem uma tradição oral independente da escritura, representação da voz, mas há as relações entre escritura e fala, de um lado, ‘imagem’ exterior e figurações, de outro, o sentido do som, o único verdadeiro, o do som – “a escritura será fonética [...] representação exterior da linguagem e deste ‘pensamento-som’” (Derrida, 2004:38). Se o significante é a palavra e o pensamento um som, seria um esforço pensa-los como uma imagem-acústica, em termos de luz (imagem) e som (acústica)?

O significante é uma frequência e a ressonância é subjetiva, segundo Deleuze e Guattari (1995). A ressonância e o acoplamento entre eventos, duas frequências em que ouvimos harmônicos; a frequência da mola, por exemplo, e a da força exterior, no caso, do oscilador harmônico, a mola: a ressonância acopla sons (Prigogine, 1996). Descreve-se a luz em termos de campos elétricos e magnéticos ondulando através do espaço: os elétrons são ondas, assim como a onda é uma luz – uma onda eletromagnética: “velocidade de uma onda é dada pelo produto de dois números seu comprimento de onda – a distância entre duas cristas sucessivas – e sua frequência – o número de cristas passando a cada segundo por um ponto fixo” (Gleiser, 2006:234).


Os neurônios possuem três componentes importantes, segundo Damásio (1996:51): um corpo celular; uma fibra principal de saída, o axônio; e fibras de entrada, ou dendritos. Os neurônios estão interligados em circuitos formados pelo equivalente aos fios elétricos condutores (fibras axônicas dos neurônios) e aos conectores (sinapses, os pontos onde os axônios mantêm contatos com dendritos de outros neurônios). Quando os neurônios se tornam ativos (um estado conhecido como ‘disparo’) é propagada uma corrente elétrica a partir do corpo celular e ao longo do axônio – corrente que é o potencial da ação e quando atinge a sinapse desencadeia a liberação de substâncias químicas conhecidas por neutransmisores. Destaca-se a atividade elétrica do cérebro, que produz ondas cerebrais entre 4 Hz (delta) a 100 Hz (gama):

a)      Gama – 28 a 100 ciclos por segundos ou Hz: alta atividade mental, assimilando alguma informação complexa, estudando, medo, existência de grandes problemas para resolver, etc.

b)      Beta – 14 a 28 ciclos de ondas por segundo ou Hz: atividades habituais, vigília ativa, escovar dentes, comer, conversar, etc.

c)       Alfa – 7 a 14 ciclos de ondas por segundo ou Hz: vigília difusa, relaxamento ou meditando.

d)      Theta – 4 a 7 ciclos de ondas por segundo ou Hz: acordando ou na hora em que podemos nos lembrar dos nossos sonhos, estado usado na hipnose.

e)      Delta – de 0 a 4 ciclos de ondas por segundo ou Hz: coma ou estado profundo.

EMF (campo eletromagnéticos, em inglês) Brains Stimulation 10 Hz a 20Hz, ou seja, a estimulação cerebral no campo eletromagnético, portanto atinge a faixa entre as ondas alfa, beta e  gama.

Área do cérebro
Bioelétrica de frequência de ressonância
Informação induzida através da modulação
Controle Motor Córtex
10 Hz
Impulso Motor Coordenação.
Córtex auditivo
15 Hz
O som que ultrapassa os ouvidos.
Córtex Visual
25 Hz
Imagens do cérebro sem passar os olhos.
Somatossensoriais
9 Hz
Phantom, sentido de toque.
Centro do Pensamento
20 Hz
Pensamentos impostos ao subconsciente.

 

Essas frequências de EMF podem ser amplificadas por sistemas de computadores, afinal a radiação de ondas longas passa pelas micro-ondas (radiações eletromagnéticas produzidas por sistemas eletrônicos que se estendem pelo espectro, feixes que são emitidos e detectados pelos sistemas de radar) e as de radio (ondas utilizadas principalmente em telecomunicações e radiofusões) frequência entre 300MHz a 300GHz. Usando um Sistema de Monitoramento Remoto (RMS) um operador de computador em terra que pode enviar mensagens eletromagnéticas (codificados como sinais) para o sistema nervoso, afetando o desempenho do alvo. Com o RMS, pessoas sadias podem ser induzidas a ver alucinações e ouvir vozes em sua cabeça:

“As novas possibilidades incluem não só tarefas mais complexas (por exemplo, implantando eletrodos nos centros de linguagem do cérebro e transmitindo a voz interior de alguém para uma máquina sem fio, pode-se falar ‘diretamente’, dispensando a voz e a escrita), como também enviar sinais cerebrais a uma máquina a milhares de quilômetros de distância e comandá-las de longe. E que tal enviar sinais a alguém próximo através de eletrodos implantados em seu centro auditivo, de modo que ele possa ouvir ‘telepaticamente’ minha voz interior?” (Zizek, 2008:260).

A estimulação cerebral para Monitoramento Remoto Neural (RNM) e Cérebro Eletrônico Link (EBL) são tecnologias de uma rede fixa de equipamentos EMF (Eletromagnetic Fields, campo eletromagnético) especial em cérebros humanos e identifica/localiza pessoas usando computadores. A estimulação elétrica para o cérebro (ESB) através de sinais do EMF é usado pelos Estados Unidos (NSA) para controlar indivíduos, além de simular alucinações auditivas, através de emissões remotas de radiofrequência (RF) pela adulteração da placa lógica do computador. Trata-se da detecção de campos eletromagnéticas em seres humanos para sua vigilância: as emissões de campos eletromagnéticos do cérebro do sujeito podem ser codificadas pelo pensamento, imagens e sons. Além disso, a maioria das tecnologias de rádio é analógica, mas a das telecomunicações sem fio modernas usam transmissões digitais.

A OMS (Organização Mundial da Saúde), desde o final da década de 1990, elaborou um Projeto EMF Internacional para avaliar os efeitos biológicos e analisar os possíveis riscos para a saúde decorrente da exposição a fontes de EMF, como linhas de alta tensão, radares, telefones móveis e suas estações de base podem causar consequências adversas a saúde1. A telefonia móvel, tecnologia sem fio utiliza uma extensa rede antenas fixas – estações rádio-base (ERBs), que recebem e transmitem informações através de sinais de radiofrequência (RF). As redes sem fio possibilitam serviços e acessos de alta velocidade à internet, como redes sem fio em áreas locais (WLANs) – crescem as estações rádio-base e as redes locais sem fio. As exposições à RF a partir das ERBs são variáveis a níveis mais baixos ou comparáveis aos transmissores de rádio e televisão. Por serem mais baixas, as radiofrequências se expõem de modo tal que o corpo absorve até cinco vezes mais os sinais de rádio FM e de televisão do que aqueles provenientes das ERBs: “as frequências utilizadas pelas transmissões de rádio FM (cerca de 100 MHz) e de TV (de 300 a 400 MHz) são inferiores àquelas utilizadas pela telefonia móvel (900 MHz e 1800 MHz) e porque a altura de uma pessoa faz do corpo humano uma antena receptora eficiente para essas frequências”2.

Reconhece-se tanto controle mental de máquinas quanto controle das máquinas sobre as mentes. De um lado, há exemplos de seres humanos que comandam um smartphone com pensamento – aplicativo de iPhone em que usa sinais de eletroencefalograma para controlar os ícones dos telefones: a força do pensamento, no futuro, controlaremos, máquinas e resolveremos problemas de saúde pelo comando da mente. É o que diz o neurocientista Miguel Nicoleli (Pavarini, 2011:11-2). De outro, cada um de nós tem uma frequência de ressonância única bioelétrica do cérebro, assim como temos impressões digitais únicas (Luukanen, 1999). Com a eletromagnética da estimulação cerebral EMF (frequência totalmente codificada, pulsando sinais eletromagnéticos que podem ser enviadas para o cérebro, fazendo com a voz desejada e os efeitos visuais de ser experimentado pelo destino): sistema invasivo de controle mental – os indivíduos zombified.

 

Referências Bibliográficas:

DAMÁSIO, António R. O Erro de Descartes: Emoção, Razão e o Cérebro Humano. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Félix. Mil Platôs: Capitalismo e Esquizofrenia. Vol.2. São Paulo: 34, 1995.

DERRIDA, Jacques. Gramatologia. São Paulo: Perspectiva, 2004.

GLEISER, Elias. A Dança do Universo. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

LUKANEN, Leena-Rauni Kilde. Implantes de Microchips, Controle da Mente e Cibernética. Spekula. Finlândia, 6. dezembro. 1999.

PAVARIN. Guilherme. A Força do Pensamento. In: Galileu. Março, n° 236, editora Globo, 2011.

PRIGOGINE, Ilya. O Fim das Certezas: Tempo, Caos e as Leis da Natureza. São Paulo: Unesp, 1996.

SAUSSURE, Ferdinand. Curso de Linguística Geral. São Paulo: Cultrix, 2006.

ZIZEK, Slavoj. A Visão em Paralaxe. São Paulo: Boitempo, 2008.

 

1 Campos eletromagnéticos e saúde pública: Percepção Pública o risco de campos eletromagnéticos. World Health Organization. Fact Sheet. n° 184, maio de 1998.

2 Campos eletromagnéticos e saúde pública: Estações rádio-base e tecnologias sem fio. World Health Organization. Fact Sheet. n° 304, maio de 2006.

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